| 
  • If you are citizen of an European Union member nation, you may not use this service unless you are at least 16 years old.

  • You already know Dokkio is an AI-powered assistant to organize & manage your digital files & messages. Very soon, Dokkio will support Outlook as well as One Drive. Check it out today!

View
 

OAC ( MATERIAL DIDÁTICO)

Page history last edited by PBworks 16 years, 4 months ago
                                               
           
 
      Objeto de Aprendizagem Colaborativa
         

                                                 Autora:  Miriam  Fajardo

                                                   E-mail: miriam@seed.pr.gov.br

 

 

 

                                      2007

 

 

 

                 Estabelecimento: Colégio Estadual Unidade Polo.

              Ens.Fund. e Médio

              Disciplina: Língua Portuguesa

              Conteúdo Estruturante: Estudos Literários e Semiótica

              Conteúdo Específico: Gênero: poesia e conto

                 Palavras-chave: Literatura ,Leitura,Semiótica, Rizomática, Leitor-modelo.

               Estudos Literários e Semiótica

 

 

             RECURSOS DE EXPRESSÃO

“Eis então que o ( romancista)  desencadeia em nós, durante uma hora, todas as venturas e todas as desgraças possíveis, algumas das quais levaríamos anos para conhecer na vida, e outras as mais intensas dentre elas, jamais nos seriam reveladas, pois a lentidão com que se processam nos impede de percebê-las ( assim muda nosso coração na vida),  e esta é a mais amarga das dores; mas é uma dor que só conhecemos pela leitura”.

                                                                                                                                                                                 PROUST, M.

 

 

LEIA MAIS...

 

Este OAC tem por objeto de investigação o estudo de textos teóricos-metodológicos pela semiótica e na perspectiva rizomática que fundamentem e estimulem o desenvolvimento pleno do professor, especificamente no campo da educação literária. Para o desenvolvimento do trabalho utilizarei o conto “A Terceira Margem do Rio”, de Guimarães Rosa e a poesia “O Bicho”, de Manuel Bandeira. Sendo a maior preocupação deste OAC, a preparação do professor formador de leitores, portanto, com imediata repercussão na atuação docente, no nível médio.Faz parte de um Plano de Trabalho do PDE , 2007 e 2008,(Programa de Desenvolvimento Educacional), da SEED e em parceria com a UEL (Universidade Estadual de Londrina). Será o material didático de intervenção na terceira série do Ensino Médio em Literatura, por constatar-se uma crise da leitura pelos nossos alunos do ensino público. Propõe estudar as possíveis causas dessa crise e apresentar metodologias que sejam viáveis para a melhoria, fundamentadas nas diversas teorias que explicitem o papel da leitura. Para tanto, observei como ocorre a relação de leitura de  textos literários no livro didático realizada pelo professor e pelo aluno e quais são as estratégias. O que se pode notar no exercício de leitura da maioria desses manuais é a forma de reprodução exigida nas atividades pedidas.  É considerado bom-leitor o aluno que responde a um questionário que requer respostas como se apresenta o texto oriundo às questões, quase em sua totalidade, faz uma leitura superficial. Isso se deve, certamente, às concepções de língua, texto e leitura subjacentes à prática pedagógica, geralmente tradicionalista. O trabalho com a leitura dentro da escola nesta perspectiva transforma-se em uma rotina. O aluno já sabe onde o professor parou no livro didático, chega a avisá-lo de onde deve seguir, sabe também que deve ouvir a leitura feita pelo professor e que logo após terá que copiar as atividades sobre o texto e responder  as  atividades pedidas, quase que na maioria das vezes no mesmo padrão: estudo do vocabulário, entendimento do texto e por último, respostas pessoais, nem sempre tão pessoais assim. Outro fator que está presente é a utilização do texto para estudos gramaticais tornando o texto enfadonho e descaracterizando-o de suas funções principais: formadora, psicológica e social. Sob este prisma, a obra de Antônio Candido “A Literatura e a Formação do Homem”, merece ser estudada, profundamente. Não quero dizer com estas afirmativas que não se deva fazer uso de livros didáticos, muitas vezes é a única referência para o trabalho do professor, passando a assumir até mesmo o papel de currículo e de definidor das estratégias de ensino. O livro torna-se assim um importante suporte de conhecimentos e de métodos para o ensino, servindo como orientação para as atividades de produção e reprodução de conhecimento.

O professor Saviani lembra que na prática o livro didático é o grande pedagogo no país. “Foi numa entrevista que fiz para a revista Leia Livros, em 1984, que chamei os livros didáticos de os grandes pedagogos, pois são eles que acabam pautando a ação dos professores dentro da sala de aula. O acesso ao conhecimento deve ser sistematizado e graduado e o livro didático é fundamental nesse processo”, afirma Saviani. “Mas só o livro não adianta. É preciso políticas e ações que melhorem a formação dos professores e melhorem suas condições de trabalho”, completa.

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/modules/noticias/article.php?storyid=132

            acessado dia 09/11/2007.

 

 Quanto ao livro didático público elaborado pelos professores da rede estadual do Paraná tem o formato folhas e propicia um trabalho interdisciplinar, e neste tipo de projeto imagina-se que o professor deva trabalhar integrado a outras disciplinas do currículo. Mas  as orientações das Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa direcionam para uma visão rizomática, isto é, o professor a partir de um tema, ou uma problematização, encaminha o conteúdo para outras áreas do saber, entende-se que ELE, o professor da disciplina, trabalhará  as outras áreas do saber. Isto requer muita pesquisa, preparo e cursos de capacitação.  Além disso, o livro didático público atual ( versão 2007),  ainda precisa ser melhorado, pois não contempla todos os conteúdos e gêneros textuais. Como afirma o professor Saviani  a iniciativa foi positiva e deve ser  continuada, exigindo uma formação continuada dos professores. No Ensino médio, em outros livros que as editoras oferecem, gratuitamente, aos professores, a Literatura  tem sido trabalhada através de biografias de autores, estudo das escolas literárias e memorização de listas de obras. Não se explora a especificidade do texto literário, nem se lê a obra propriamente dita. A pressa do mundo industrializado e massificado, a pressão do vestibular, o caráter indefinido do ensino médio enquanto modalidade de ensino, tudo isso vai fazendo o aluno ler pedaços e resumos de livros, desvalorizarem a literatura e abandonar o livro (Lajolo, 1997; Leite, 1997). Enfim, o trabalho com leitura e interpretação do texto  no ensino fundamental e médio, na maioria dos casos, consiste em usar o livro didático em seqüência, e responder as perguntas propostas. Parece não terem assimilado ainda os progressos feitos pelas teorias lingüísticas. Como bem fala Fiorin:

 

 

A aula de interpretação consiste em responder a um questionário com perguntas que não representam nenhum desafio intelectual ao aluno e que não contribuem para o entendimento global do texto.( FIORIN,1997, p.09)

 

 As pesquisas realizadas durante este ano que tive em função do PDE  encaminharam-me  aos conceitos e funções atribuídos à literatura por diferentes teóricos. Iniciando por Antonio Cândido, em A Literatura e a Formação do Homem, orientada pelo professor Dr. Paulo Sérgio Adolfo,  no que tange as funções da literatura, a qual, em seu conjunto, denomina de função humanizadora da Literatura tendo como uma de suas funções a representação do real.  Outro fator importante  nos estudos foram as Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Paraná  que apresentam  a prática de Literatura no ensino médio sob uma nova perspectiva  de trabalho com o texto literário; seria o que poderíamos chamar de método Rizomático, de Deleuze e Guatari. A teoria Recepcional, formulada por Hans Robert Jauss,toma como objeto de investigação o receptor considerando, assim, o leitor como um elemento também textualmente marcado na obra de arte literária.Para o teórico, privilegiar a recepção representa conceber o texto  a literatura na perspectiva do leitor.  E a teoria Semiótica, explanada pelo professor Dr.Luís Carlos Migliozzi nos cursos oferecidos pela UEL, onde  a leitura é concebida como processo discursivo de apreensão da significação, e o texto, compreendido como articulado em vários níveis de sentido, sendo que o mais externo deles está em contato com o mundo e conseqüentemente, com o leitor.

 

Referências:

AGUIAR, Vera Teixeira de. Leituras para o primeiro grau: critérios de seleção e sugestões. In: ZILBERMAN, Regina (org.). Leitura em crise na escola: as alternativas do professor. Porto Alegre: Mercado Aberto, p. 85-106, 1991. (Série Novas Perspectivas).

Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná. 2006. Ensino de Literatura de Ensino Médio.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. 10 ed. São Paulo: Autores Associados Cortez, 1985.

_______, Paulo. Pedagogia do oprimido. 6. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.

LAJOLO, Marisa. Leitura em crise na escola, Porto Alegre: Mercado Aberto, 1987.

FIORIN, José Luis. Teoria do Discurso e Ensino da Leitura e da Redação. In GRAGOATÁ. O Ensino de Língua e da Literatura, Revista do Instituto de Letras- Programa de Pós-Graduação.Niterói:EDUFF, No.2, 1º. Semestre, 1990.

Sítio:

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/modules/noticias/article.php?storyid=132 

 

acessado dia 09/11/2007.

 


                                         RECURSOS DE INVESTIGAÇÃO:

 

                                                                              Investigação Disciplinar:  Reflexões Semiótica      

 

Para realizar a leitura dos textos presentes neste OAC utilizarei a teoria  semiótica greimasiana, a qual fornece técnicas práticas e eficazes para desvelar as significações do texto. Define-se Semiótica como a ciência que estuda os signos e as leis que regem sua geração, transmissão e interpretação Pela  semiótica, pesquisa-se como ocorre a análise interpretativa em textos literários por meio de um estudo da enunciação e por meio da organização do percurso gerativo do sentido do texto. Procura  descrever, explicar o que o texto diz, como ele diz e para quem diz .

A Semiótica francesa está baseada no chamado percurso gerativo de sentido, que pode ser esquematicamente resumido na seguinte maneira:

 

 

SINTAXE

SEMÂNTICA

Nível fundamental

(mínimo de significado)

oposição semântica fundamental (quadrado semiótico com afirma-ções /negações)

Valores (euforia/disforia)

Nível narrativo

(sujeitos/valores)

a narrativa se organiza do ponto de vista de um su-jeito (estados /transfor-mações)

valores (desejáveis/inde-sejáveis)

Nível discursivo

(instância da enunciação)

temporalização

espacialização

actorialização

aspectualização

valores disseminados no texto sob forma de

– temas (tematização)

– figuras (figurativização)

 

Esse esquema foi elaborado a partir de BARROS (1990) e POZZATO (2001).

http://www.filologia.org.br/ixcnlf/14/01.htm

Acessado em 21/12/2007.

Vai do mais simples ao abstrato( figuras e temas).São estabelecidas três fases:

 ( nível fundamental) na imanência do texto, surge a oposição semântica mínima . Em uma segunda fase tem-se ( nível narrativo), do ponto de vista do sujeito e na terceira fase tem-se o (nível discursivo), em que a narrativa é assumida pelo sujeito da enunciação.

 O mérito de o texto ser tomado como artístico depende do modo que ele é interpretado pelo público que o lê. Essa intersubjetivação é parte da noção semiótica de “ contrato fiduciário” baseado nas expectativas e nos valores entre sujeitos.

Em “Teoria do Discurso”: Fundamentos Semióticos ( Barros, 2000, p.40), a autora nos diz:

“o enunciador coloca-se como destinador-manipulador, responsável pelos valores do discurso e capaz de levar o enunciatário, a crer e a fazer”. Em semiótica, tomamos o fato de existir um enunciador, sendo a maneira de o narrador criar no texto os efeitos de subjetividade e aproximação. Embora saibamos que o enunciador é ao mesmo tempo o narrador e também autor. Para essas análises tomou-se como corpus o conto “A Terceira Margem do Rio”, de Guimarães Rosa e o poema “O Bicho” de Manuel Bandeira, material articulador  que permite ver as diferentes formas das práticas textuais envolvendo a leitura e análise. Evidencia diferentes elos e ao mesmo tempo amplia novos caminhos para múltiplas leituras. É importante esclarecer que este OAC fará uma proposta de exercício de uma leitura semiótica a partir do leitor-modelo. O conceito de leitor-modelo foi produzido por Humberto Eco, é um jogo de linguagem. Pois a partir das estratégias do texto, construídas pelo autor, que se chega ao leitor-modelo. Por seu turno o leitor deve observar as regras do jogo e, principalmente, segundo Eco, estar ansioso para jogar.

 

 Referências:

BARROS,Luz Pessoa  Diana,de.Teoria Semiótica do Texto.Ática,são Paulo, 1991.

Eco, Humberto. Limites da Interpretação. Belo Horizonte, Pespectiva, 2004.

FIORIN, José Luiz. Elementos de Análise do Discurso. São Paulo, Contexto, 1989.

 

 

                  A TEORIA RIZOMÁTICA E A LITERATURA

 

 O conhecimento é um todo integrado, mas hoje o temos dividido em disciplinas e especialidades. Podemos dizer que antigamente o conhecimento era passado de forma oral, depois surgiu à tecnologia escrita e hoje a informática. Todo conhecimento que o homem produziu pode ser encontrado na escrita, em forma de livros. Atualmente, na educação, nosso currículo também vê o conhecimento assim, compartimentalizado para facilitar a transmissão de conteúdos. No início, o conhecimento, os saberes foram destinados à filosofia que através da oralidade engendra um saber narrativo mítico. Depois, usando a escrita o saber da humanidade teve uma interpretação da realidade, dando uma noção de verdade Depois os saberes da filosofia cresceram tanto e começaram  a ramificar-se surgindo novos conhecimentos. Surgiu a necessidade de criarem disciplinas específicas e independentes. Uma possível superação dessa compartimentalização seria a tendência interdisciplinar, integrando as disciplinas,promovendo uma compreensão totalizadora.Porém quando esse método é posto em prática nas escolas esbarra em alguns problemas básicos:

   - formação dos professores;

  - compreensão da equipe pedagógica e dos próprios professores, inclusive pais e alunos, de que existe relação de uma especialidade com as demais. Quando se compreende essa relação também deve ser visto o processo histórico e social um saber.Na teoria rizomática de Deleuze e Guattari nos motiva com um conceito de pensamento como rizoma. A metáfora tradicional da estrutura do conhecimento é a ''arbórea'', isto é , como se o tronco da ''árvore do saber'' fosse a própria filosofia, tendo primordialmente todo conhecimento,com o crescimento dessa árvore,adubada pela curiosidade e necessidade do homem,começou-se a desenvolver galhos das mais diversas ''especialidades'',que mantendo ligações com o tronco,nutre-se de sua seiva.Apontando para várias direções guardando ligações históricas de sua criação. Por exemplo: A Ecologia surge de vários campos do saber, mas tem uma relação direta com a biologia, a geografia, a sociologia, a política e até a filosofia. Deleuze e Guattari remetem-nos pensar em multiplicidade e o conhecimento como uma raiz, colocando em questão a relação intrínsica entre as várias áreas do saber,representadas metaforicamente por linhas fibrosas de um rizoma que se entrelaçam,formando um conjunto complexo. Qualquer ponto de um rizoma (princípio da conexão) pode ser conectado a qualquer outro. Nenhuma conexão é mais importante que a outra, isto é, todos os saberes são importantes e não importa de onde eles partem. Suas multiplicidades de conexões formam um todo completo e único: a árvore.

 

A estética rizomática, para produção de conhecimentos, permite que dimensionemos, os processos escolares, em particular as aulas, numa teia de inter-relações, movimentada, por exemplo, por mecanismos de resistências, aceitação, rupturas, manutenções e subjetivações. (Antonio Carlos Amorim, p.157)

 

         Há também a ruptura assignificante, isto é, há uma territorialização (linha do conhecimento) onde não há somente uma significação, pode haver linhas de fuga, outro devir. O rizomo pode iniciar-se  por diferentes pontos (princípio da cartografia) possui entradas múltiplas.Um professor trabalhando nessa perspectiva pode levar um poema, um texto informativo, uma música, uma charge, uma imagem etc.Importa começar para dar continuidade. Outro princípio do rizoma é o da decalcomania, onde os saberes devem ser formados e não copiados.

        Como trabalhar os saberes nesta perspectiva?

 

Não basta tão-só ler obras representativas sem relacioná-las com outros textos da época, bem como o de outras épocas. Não tem sentido um aluno ler "Navio negreiro" (Castro Alves) sem relacionar com os poemas de Luís Gama, sem assistir, por exemplo, à "Amistad", ser ler "Negrinha", do Lobato, sem ouvir alguns sambas em que a figura do negro aparece deturpada, ou repensar que "A escrava Isaura" (Bernardo Guimarães), embora cheio de boas intenções, tem por trás de si a intenção de apresentar uma escrava alvíssima, a fim de não ferir as suscetibilidades dos leitores (as) da época. Isso é só um começo rizomático: que dizer das personagens negras de Machado, que geralmente nada falam ou agem infantilmente? (Contribuição do Prof. Mestre Doutorando e GTR, Marcos Hidemi de Lima).

 

Félix Guattari propõe a noção de transversalidade entre as várias áreas do saber,integrando-as de forma abrangente, possibilitantando conexões inimagináveis. Assumir a transversalidade é transitar pelo território do saber como as sinapses viajam pelos neurônios. (Silvio Gallo ).

 O trabalho com os conteúdos de maneira transversal significaria o fim da compartimentalização, pois as gavetas seriam abertas e abrindo uma possibilidade de trânsito entre elas. Como pensar em um método rizomático? Será uma utopia?

 

Referência:

 

Amorim, Antonio Carlos Rodrigues de. Os Roteiros em Ação: multiplicidades na produção de conhecimentos escolares. In Lopes, Alice Casimiro e Macedo, Elizabeth (orgs) Currículo de ciência em debate. Campinas: Papirus, 2004b.

Gallo, Silvio. "Deleuze & Educação”. Belo Horizonte, Autêntica, 2003.


                                 Perspectiva Interdisciplinar : Sociologia , Artes e Filosofia

                                                    

A perspectiva interdisciplinar será feita no método rizomático, assim entende-se que a temática dos textos principais deve  ligar-se a todos os campos possíveis do saber. O gênero contos é muito bom para estudos nesta perspectiva e especificamente os de Guimarães Rosa, propiciam reflexões, pesquisas, debates  a partir de temas filosóficos que  abrem caminho para o trabalho na visão rizomática.

O poema “O Bicho”,de Manuel Bandeira pode ser visto em sociologia, com reportagens de revistas e jornais, em Artes com a análise semiótioca da imagem, um filme “As cinzas de Ângela”, que retrata a miséria e muito mais devires que surgirem em sala de aula.

A partir do poema "O Bicho", de Manuel Bandeira outros devires surgem como:

 

__ Texto de sociologia "Desigualdades Sociais". Faz uma analogia com o poema de Manuel Bandeira e comprova  sua atualidade.

 

__ Filme:As Cinzas de Ângela é um filme baseado num livro auto-biográfico de sucesso, autoria de Frank McCourt, dono de uma história de vida triste e desafortunada na parte pobre da Irlanda na primeira metade do século passado. É uma história realmente triste, que mostra uma Irlanda cheia de favelas, fome e desesperança, enquanto as pessoas que viviam nessa realidade lutavam para sobreviver em meio a doenças fatais e desemprego. Chega a lembrar o nosso Brasil, só que o atual, o que é bastante deprimente.

__ Os Miseráveis, de Victor Hugo.

        Um Homem rouba um pedaço de pão para alimentar a família e pega 20 anos de prisão.

 

__ Vídeo: A Ilha das Flores. Retrata a tragetória  do capitalismo de uma forma bem pedagógica e termina demostrando que o ser humano desumaniza-se em função da falta do capital , sendo retratado como pior que o porco.

 

__ O poema  de  Augusto de Campos  “LUXO e LIXO” relacionando-o em atividades  com a música de Rita LEE  “Nem Luxo, Nem Lixo” e a música de Cazuza,  “Burguesia

 

A partir do conto" A terceira Margem do Rio", de Guimarães Rosa podemos  trabalhar:

__  Pintura de Van Gogh. La Pesca en primavera, puente de Clichy

__ A canção "A terceira Margem do Rio", de Milton Nascimento;

__ O texto de Marilena Chauí: "O senso Comum";

__ O conto: "Porta Aberta",de Luiz Vilela , dialoga com o conto de Guimarães Rosa.

 


 

                                                Contextualização : Denúncia Social

 

                                          Contexto Histórico : Problemas Sociais

 

O poema  “O Bicho”, de Manuel Bandeira  denuncia as desigualdades sociais e é mais uma tentativa do autor  em investir contra a ideologia dominante, mesmo produzido há mais de 50 anos, continua atual. E o conto “A Terceira Margem do Rio”, de Guimarães Rosa faz uma analogia com a busca do eu interior, da liberdade do ser contemplativo.  A recusa do jugo da vida das regras sociais que nos forçam ao senso comum. Mas também nos faz pensar nas famílias em que as mulheres são abandonadas pelos maridos  e o sentimento de perda da figura paterna.

 

                                                       DESIGUALDADES SOCIAIS 

 

No mundo em que vivemos percebemos que os indivíduos são diferentes, estas diferenças se baseiam nos seguintes aspectos: coisas materiais, raça, sexo, cultura e outros. Os aspectos mais simples para constatarmos que os homens são diferentes são: físicos ou sociais. Constatamos isso em nossa sociedade, pois nela existem indivíduos que vivem em absoluta miséria e outros que vivem em mansões rodeados de coisas luxuosas e com mesa muito farta todos os dias enquanto outros não têm sequer o que comer durante o dia.

        O crescente estado de miséria, as disparidades sociais, a extrema concentração de renda, os salários baixos, o desemprego, a fome que atinge milhões de brasileiros, a desnutrição, a mortalidade infantil, a marginalidade, a violência, etc, são expressões do grau a que chegaram as desigualdades sociais no Brasil.

        As desigualdades sociais não são acidentais, e sim produzidas por um conjunto de relações que abrangem as esferas da vida social. Na economia existem relações que levam a exploração do trabalho e a concentração da riqueza nas mãos de poucos. Na política, a população é excluída das decisões governamentais.

        Quando se fala em desigualdades sociais e pobreza no Brasil, não se trata de centenas de pessoas, mas em milhões que vivem na pobreza absoluta. Essas pessoas sobrevivem apenas com 1/4 de salário mínimo no máximo!

            As condições de miserabilidade da população estão ligadas aos péssimos salários pagos. Mas não existem somente pobres no Brasil, pois cerca de 4% da população é muito rica. O que prova a concentração maciça da renda nas mãos de poucas pessoas.

             Quanto aos bens de consumo duráveis (carros, geladeiras, televisores, etc), são destinados a uma pequena parcela da população. A sofisticação desses produtos prova o quanto o processo de industrialização beneficiou apenas uma pequena parcela da população.

            O setor informal é outro fator indicador de condições de reprodução capitalista no Brasil. Os camelôs, vendedores ambulantes, marreteiros, etc, são trabalhadores que não estão juridicamente regulamentados, mas que revelam a especificidade da economia brasileira e de seu desenvolvimento industrial.

 

 Bibliografia:

 

TOMAZI, Nelson Dácio. Iniciação a Sociologia. SP, atual; 1993

 


 

                  RECURSOS DIDÁTICOS

 

Sítios:

http://letras.terra.com.br/milton-nascimento/47402/   

 acessado em 01/11/2007

Comentários:

Neste sítio você encontrará várias letras de música de compositores renomados.

 

http://www.releituras.com/guimarosa_margem.asp

     acessado em 10/11/2007

 

Neste sítio  disponibiliza, gratuitamente, obras completas da literatura brasileira de autores clássicos e contemporâneos.

 

 

http://www.sertoes.art.br/     acessado em 10/12/2007

 

 

Site documentário sobre o Sertão mineiro.O conteúdo produzido por este site divide-se em cinco grandes seções:Grandes Histórias(panorama da região),Outras histórias, Videocrônicas,Cidades, Cadernos de Viagens.

 

 


 

              Sons e Vídeos

 

  1- Mílton Nascimento ( Caetano Veloso) Terceira Margem do Rio

 

YouTube plugin error                                                        

 

http://www.youtube.com/watch?v=76vErfM3cZM&feature=related

Acessado em 01/12/2007

 

          Letra

  A Terceira Margem do Rio

 

Caetano e Milton Nascimento

Oco de pau que diz:

Eu sou madeira, beira Boa, dá vau, triz triz

Risca certeira

Meio a meio o rio ri

Silencioso, sério

Nosso pai não diz, diz:

Risca terceira

Água da palavra

Água calada, pura

Água da palavra

Água de rosa dura

Proa da palavra

Duro silêncio, nosso pai

Margem da palavra

Entre as escuras duas

Margens da palavra

Clareira, luz madura

Rosa da palavra

Puro silêncio, nosso pai

Meio a meio o rio ri

Por entre as árvores da vida

O rio riu, ri

Por sob a risca da canoa

O rio riu, ri

O que ninguém jamais olvida

Ouvi, ouvi, ouvi

A voz das águas

Asa da palavra

Asa parada agora

            (...)

 

2- Letra e música: Imagine de Jonhn Lennon 

http://letras.terra.com.br/john-lennon/79780/      acessado dia 29/11/2007

 

Consciência Mundial - Fome 

 
YouTube plugin error  

Vídeo comovente sobre a miséria, com a música de Jonhn Lennon: IMAGINE

 

 

 

3- Vídeo "Ilha das Flores".

 

 

 
 

Ilha das Flores  

Gênero Documentário, Experimental

Diretor Jorge Furtado

Elenco Ciça Reckziegel

Ano 1989

Duração 13 min

Cor Colorido

Bitola 35mm

País Brasil

 
   

Um ácido e divertido retrato da mecânica da sociedade de consumo. Acompanhando a trajetória de um simples tomate, desde a plantação até ser jogado fora, o curta escancara o processo de geração de riqueza e as desigualdades que surgem no meio do caminho

 

 

http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=647   acessado em 05/12/2007

 

4- Os Miseráveis, de Victor Hugo

 

Um Homem rouba um pedaço de pão para alimentar a família e pega 20 anos de prisão. ( Apenas para instigar a leitura do livro ou que os alunos interessem em assistir ao filme).

 


 

         Proposta de Atividades :  Análise Semiótica:

 

Procedimentos de Leitura e a formação do leitor competente:

 

1-Primeiro passo:

 

  • Leitura Estruturalista /Tradicional
  • Leitura Superficial
  • Leitura das linhas ou leitura horizontal
  • Decodificações lingüísticas: informações explícitas do texto
  • Procedimento mecânico
  • Assimilação do FAZER-SABER 

 

2-Segundo passo: ( A semiótica só  encontra-se neste passo)

  • Leitura dos sentidos do texto
  • Leitura profunda
  • Leitura das entrelinhas ou verticalizada
  • Análise do texto. Desvelamento ( temas parciais a partir das figuras do texto)
  • Informações explícitas e implícitas
  • Ideologia do texto: ( intenção da obra)
  • Procedimento Reflexivo, desenvolvimento do raciocínio analítico( leitor crítico).
  • FAZER-CRER
  • Oposições semânticas 

A grande questão é o fazer-crer, saber o que há de verdade no texto ( veridicção).

3-Terceiro passo: Neste passo haverá o interacionismo, centrado no leitor e também se deve  trabalhar a perspectiva rizomática.

  • Leitura ideológico-argumentativa
  • (RE) Contextualização do leitor ( encaixar em uma realidade)
  • Ideologia do leitor
  • Dar opiniões pessoais sobre o texto
  • Fase centrada no leitor
  • Interacionista
  • FAZER-FAZER( mudança de atitude ou comportamento)

Os textos selecionados deverão enfocar os mecanismos de construção de sentido estudado na parte teórica. A tematização será a principal metodologia.

 

MODELO DE ANÁLISE DE TEXTO LITERÁRIO, SEGUNDO A SEMIÓTICA:

1- Textos para as atividades:

  O bicho                                             

Vi ontem um bicho

Na imundice do pátio

Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,

Não examinava nem cheirava:

Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão.

Não era um gato,

Não era um rato.

O bicho, Meu Deus, era um homem.

 

BANDEIRA, Manuel. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993.

   Análise semiótica

 

Da leitura de “O Bicho”, de Manuel Bandeira, presente em Poesia Completa e Prosa,  poema  com características do estilo Modernista, tem-se o tema, constante em suas obras “o cotidiano”. Composição em versos livres.

 Num nível fundamental, podemos depreender os seguintes significados:

 

                   Riqueza   X    Pobreza

 

 Uma pessoa ia passando em algum lugar e viu um homem remexendo no lixo à  procura  de comida. E isso o impressionou.

 Num segundo nível, podemos organizar esses dados concretos num plano mais abstrato:

 A construção poética inicia um discurso narrado em primeira pessoa e emprega um verbo no pretérito perfeito. Revela de imediato uma tensão. O enunciatário fica em alerta para o que vem a seguir. O percurso narrativo vai mudando com a inserção de imagens. A tensão inicia-se com a figura ( bicho) e continua na segunda oração com o adjetivo imundice.  Um dos personagens do poema  ( o homem)  se vê  num estado tão lastimável, em situação miserável que tem que se submeter a catar os restos que as outras pessoas deixaram. Passa a agir como um animal irracional, atendendo suas necessidades primárias.

 Geralmente não é visto pela sociedade, é um ser invisível.

 Marcas Lingüísticas: Catando e não escolhendo, voracidade ( ato  animal diferente  do ato humano de comer, degustação ). Esse homem é definido como bicho, o processo de construção do texto é metafórico. Havendo uma ligação nos sentidos:

                                      Bicho    X       degradação humana.

 Num terceiro nível, podemos imaginar uma leitura ainda mais abstrata, que resume o poema em temas  que se opõem. Oposições semânticas:

                                    Classe dominante  x   excluídos

         Afirmação da degradação humana   X negação da dignidade humana

                                  Miséria               X             fartura

 

Fase da contextualização:

 

            Manuel Bandeira tornou-se um veículo  de crítica social quanto ao governo e à forma de vida  de diversas camadas sociais. O sofrimento que ele retrata em “O Bicho”, não é apenas do homem, mas o do poeta numa forma de protesto que ataca as classes dominantes, faz dele uma ferramenta de luta social e por extensão a literatura.

           Bandeira cria o equilíbrio na perturbação e, fazendo um diálogo entre a realidade estritamente poética e o mundo real que a circunda, gera poemas aparentemente bobos, que se explicam justamente na relação entre o individual e o universal.

 

 


 

        Atividades Escritas Relacionadas com a Teoria Embasada:

 

 

Relacionado à dialogia encontra-se a formação do leitor crítico: ser social que, por meio da linguagem, intervém no mundo, relacionando o texto lido com suas experiências e com textos anteriores, discutindo-o com seus pares e contextuando-o à sua realidade, como querem Lajolo (1997) e Zilbermann (1983).

 

1- Que relação pode-se notar no texto “ Desigualdades Sociais” e o poema de Manuel Bandeira,  “O Bicho”?

 

 2-Estabeleça associação entre as músicas Caçador de Mim, A Terceira Margem do Rio e  o Conto de Guimarães Rosa, A terceira Margem do Rio. Registrem suas impressões no final de cada música (cores, objetos,  sensações, sentimentos, momentos, elementos da natureza... etc.).

 

Nas palavras de Candido, a literatura não corrompe nem edifica, mas humaniza em sentido profundo, por que faz viver.

 

3- O termo “bicho”, usado por Manuel Bandeira é uma metáfora. Você acha que se alguém encontrar-se em uma situação miserável pode animalizar-se?

 

A semântica discursiva reveste o nível narrativo com temas e figuras, dando concretude ao discurso. Os temas remetem a elementos não observáveis no mundo natural enquanto figuras remetem a elementos do mundo natural. Segundo Fiorin (1993:24) para entender um discurso figurativo é preciso desvelar o discurso temático que subjaz a ele.

 

4- No texto “O Bicho”, há figuras como: bicho, comida, cão gato e rato. Que temas podemos depreender dessas figuras?

 

Para FIORIN, a ideologia é um conjunto de idéias que justificam a ordem social.

 

5-Todo texto quer passar uma ideologia. Em sua opinião Nelson Dácio Tomazi defende que ideais?

 

6- O que  a expressão: ”O bicho, Meu Deus, era um homem”, no último verso quer expressar?

 

Paralelismo

Diz-se que ocorre paralelismo quando, num texto, há palavras ou estruturas sintáticas que se repetem e se correspondem entre si.

 

7- o que  a repetição do verbo ser do 7º. ao 10º versos querem enfatizar?  

8- A leitura do Conto "A terceira Margem do Rio", de Guimarães Rosa, faz-nos muitos questionamentos. Um deles trata-se da liberdade. Será que o protagonista "Pai" , vivendo da forma que escolheu não estará agora livre da vida ativa,  privilegiado pelo devaneio e a contemplação?  

9. No conto há  algumas figuras ( rio, canoa,  margens , águas ) , que temas podemos depreender de cada uma dessas figuras? 

10- Guimarães Rosa  sugere que há  possibilidade de viver a terceira margem. É uma metáfora, mas o que ela sugere?

 

11- Desde  os primórdios o animal vem sendo representado na arte. Tiveram muitas formas de representação e estilo, que tiveram relações com suas épocas e culturas representando o momento histórico em que o artista viveu. Esta questão tem como tema  o poema “O Bicho”, de Manuel Bandeira. http://www.naya.org.ar/congreso2002/ponencias/img/martha_locks_1.jpg

 

O Bicho

Vi ontem um bicho

Na imundice do pátio

Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,

Não examinava nem cheirava:

Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão.

Não era um gato,

Não era um rato.

O bicho, Meu Deus, era um [...].

( Bandeira, 1974:196)

Manuel Bandeira revela o seu Bicho na parte final do poema, que foi excluída. Que bicho entre os existentes você imagina que poderia ser esse? Desenhe-o.

 

Texto para a atividade 12:

 

LUXO                      LUXO                      LUXO     LUXO           LUXO LUXO LUXO

LUXO                      LUXO                        LUXO  LUXO            LUXO LUXO LUXO

LUXO                      LUXO                          LUXOXO                 LUXO              LUXO

LUXO                      LUXO                              LUXO                   LUXO              LUXO

LUXO                      LUXO                          LUXOXO                 LUXO              LUXO

LUXO LUXO          LUXO                        LUXO    LUXO          LUXO LUXO LUXO

LUXO LUXO          LUXO                      LUXO       LUXO         LUXO LUXO LUXO

 

Campos, Augusto. Literatura comentada: Concretismo. São Paulo: Abril Educação, 1982.

 Em seu último álbum póstumo, o cantor e compositor Cazuza diz, com sarcasmo:

“A burguesia fede!

A burguesia quer ficar rica!

(...)

A burguesia não tem charme nem é discreta

Com suas perucas de cabelo de boneca

A burguesia quer ser sócia do Country

Quer ir em Nova Iorque fazer compras."

 Compare os versos apresentados com o  poema concreto: LIXO escrito com a palavra Luxo:

a) Comente o sentido de crítica social que os versos cantados por Cazuza e o poema de Augusto de Campos podem conter.

b) Que relação existe entre a simbologia gráfica da letra "decorativa" ou "ornamental" com que Augusto de Campos escreve a palavra luxo e os versos "a burguesia não tem charme nem é discreta/Com suas perucas de cabelo de boneca".

 

13- A partir do poema “O Bicho”, de Manuel Bandeira e um fragmento de texto jornalístico responda as questões a seguir:                                                        

Vidas Recicladas

Trabalhava com minha mãe e  meus irmãos no lixão. Era muito perigoso, principalmente porque os carros ( os caminhões que despejavam lixos podiam nos atropelar). Um dos meus irmãos morreu assim. Minha mãe morreu mais tarde. Na escola, os alunos falavam que a gente era do lixo. Eu não respondia porque, pelo menos, eu trabalhava.” Prova concreta e tristemente corriqueira do poema de Manuel Bandeira. Neide Tavares da Silva, 15 anos, era uma das 43 mil crianças que trabalhavam em lixões espalhados por todo Brasil.

(...)

Para mudar esse quadro, a UNICEF lançou a campanha “Criança no Lixo Nunca Mais” e articulou – com uma série de conselhos estaduais, entidades civis e o setor privado – o Fórum Nacional de Lixo e Cidadania. (...)Um desses programas é o Meio Ambiente e Cidadania, desenvolvido durante a campanha em Olinda (PE). No município, 250 crianças e adolescente, que viviam no lixão Aguazinha, hoje freqüentam as salas de aula. Atendidos em horário integral, os alunos fazem atividades complementares à escola, como capoeira, danças populares, música, artesanato. (...) A garota Neide hoje faz supletivo no Centro de Atendimento Integral à Criança e ao Adolescente (CAIC) e é um dos exemplos de que o trabalho integrado de órgãos públicos e da sociedade civil organizada pode mudar a vida desses jovens. Quando voluntários do Meio Ambiente e Cidadania apareceram anunciando o projeto, Neide se interessou:

"Lá aprendi frevo, percussão e cerâmica”. (...)“Retirando os pais do lixão e educando seus filhos, podendo enfim acabar com esse trabalho degradante ”, almeja America Ungaretti, do UNICEF. 

                                                                                                ( Revista Educação- setembro de 2001)

Julgue os itens que se seguem:

a) O poema de Manuel Bandeira apresenta a mesma temática do texto jornalístico, embora pelo ceticismo do poema, os versos não tenham igual enfoque.

 

b) O texto jornalístico não apresenta nenhum desvio de concordância verbal, ainda que esteja cheio de citações de uma adolescente.

 

c) O poema, quanto a sua estrutura formal, tem uma gradação bastante coerente de idéias: na última estrofe, a partir de uma negação reiterada nos versos 7, 8 e 9 e uma seqüência nominal bastante significativa (cão, gato e rato), o leitor vai indignando-se tanto quanto o eu - lírico. A culminância desse processo está no último verso com uma idéia supostamente já conhecida.

 

d) De arquiteto falhando, poeta “ruim” (=menor) a tísico profissional, Bandeira nos presenteou com uma obra de intenso lirismo, convivendo, desde jovem, poeticamente  com a morte.

 

Textos para atividade 14

 Texto 1

Nem Luxo, Nem Lixo

  Composição: (Rita Lee)

Como vai você?

Assim como eu,

Uma pessoa comum,

Um filho de Deus,

Nessa canoa furada,

Remando contra a maré,

Não acredito em nada,

Até duvido da fé!

Não quero nem luxo nem lixo,

Meu sonho é ser imortal, meu amor.

Não quero luxo nem lixo,

Quero saúde para gozar no final!

                    [...]

 Texto 2

Comida

Titãs

Composição: Arnaldo Antunes / Marcelo Fromer / Sérgio Britto

Bebida é água!

Comida é pasto!

Você tem sede de que?

Você tem fome de que?...

 

A gente não quer só comida

A gente quer comida

Diversão e arte

A gente não quer só comida

A gente quer saída

Para qualquer parte...

         [...]

Estes fragmentos  nos levam à reflexão sobre os valores sociais que são determinados por grupos que detém o capital. Escreva sobre eles, partindo dos seguintes questionamentos:

  • Que conotação a palavra lixo apresenta na canção de Rita Lee?
  • Qual o sentido metafórico da palavra fome na canção de Arnaldo Antunes? É o mesmo sentido no poema “O bicho”, de Manuel Bandeira?
  •  Os textos apresentados revelam um tema maior: existir um dominador e um dominado. Comente  esta escala de valores sociais existente em nossa sociedade e que as artes denunciam.

 

Produção de texto:

Tema 1

Elabore um poema explorando recursos espaciais e gráficos. Trabalhe o texto de modo que haja relação entre o poema ”O Bicho” os outros textos lidos e a seguinte definição de cidadão e cidadania:

CIDADÃO - s.m. indivíduo que goza de direitos e deveres num país.

CIDADANIA - s.f. condição ou direito de cidadão.

 

Oposição semântica fundamental (quadrado semiótico com afirma-ções / negações).

Dentro do nível narrativo, os enunciados podem ser agrupados em fases distintas: manipulação(um personagem induz o outro a fazer alguma coisa); competência(o sujeito do fazer possui um poder ou um saber); performance (o sujeito do fazer executa sua ação); e sanção(constatação de que a performance se realizou). Barros, p.197,

...quando o manipulador propõe ao manipulado uma recompensa, ou seja, um objeto de valor positivo, com a finalidade de levá-lo a fazer alguma coisa, dá-se uma tentação. Quando o manipulador faz fazer opor meio de ameaças ocorre à intimidação. Se o manipulador leva a fazer manifestando um juízo negativo a respeito da competência do manipulado, sucede uma provocação.      (Fiorin,22.1990)

Tema 2

 Leia o Conto: “Sôroco, sua Mãe e filha”, de Guimarães Rosa e faça um paralelo entre o conto: “A Terceira Margem do Rio”, do mesmo autor. Atente para a linguagem, temas, figuras, oposições semânticas, manipulação e sanção.

 

Referências:

Barros, Diana

Candido, Antonio. A literatura e a formação do homem. Ciência e Cultura. 24 (9): p. 806, set, 72.

Campos, Augusto. Literatura comentada: Concretismo. São Paulo: Abril Educação, 1982.

Fiorin, José Luiz. Elementos de análise do discurso. 2ªedição; São Paulo: Contexto, 1990.

_______________Linguagem e Ideologia. São Paulo: Ática, 1988.

LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 3ª ed. São Paulo: Ática, 1997.

HOUAISS, Antônio. Dicionário de língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

                  

Sítios:             

 

http://www.barrosmelo.edu.br/vestibular/provas/2002.pdf      acessado em 02/12/2007(questão 10).

 

 

       Objetivos a serem atingidos

Objetivo Geral:

Propor alternativas de metodologias  para o ensino de literatura no ensino médio, bem como aprofundamento de saberes no campo semiótico e inovar no trabalho com o texto literário.

 

Objetivos Específicos:

 

·        Usando a metodologia semiótica espera-se que aluno compreenda os sentidos do texto e como aqueles sentidos foram produzidos.

·        Após a análise do texto(contos ou poemas), o aluno deverá fazer a recontextualização, encaixando-o em uma realidade  e em uma visão dialógica de leitor.

·        Perceber que todo texto possui figuras e temas e que esses temas são elementos abstratos levando a um tema central.

·        Perceber as informações implícitas no texto, deixando de ser um leitor funcional.

·        Entender que todo texto quer transmitir informação (fazer-saber), convencer ( fazer-crer), e provocar uma ação, transformação ( fazer-fazer).

·        Reconhecer  as várias vozes em um texto.

·        Desvelar as facetas de poder e de hegemonia discursiva, percebendo nossa identidade latino-americana. 

·        Reconhecer a função social dos textos e sua interação com outros campos da cultura, capaz de fazer aprimorar o pensamento trazendo sabor ao saber.  

 

Recurso Utlizado:

     Xerox do poema "O Bicho", de Manuel Bandeira e da reportagem "Desigualdades Sociais", de  Nelson Dácio Tomazi. DVD com o filme " As Cinzas de Ângela", ou  "Os Miseráveis", de Victor Hugo". Xerox das imagens para serem analisadas semioticamente.

 

Método: Propostas rizomáticas de Gilles Deleuze e Félix Guattari

 

2- Texto para a atividade: " O conto"

 

                        A terceira Margem do rio

 

Sou homem de poucas palavras. De que era que eu tinha tanta culpa? (Guimarães Rosa)

Há um quê de Loucura no ar. Ou de Liberdade?

(...) amo os grandes rios, pois são pro fundos como a alma do homem.

Na superfície são muito vivazes e claros, mas nas profundezas

são tranqüilos e escuros como os sofrimentos dos homens.

Amo ainda mais uma coisa de nossos grandes rios:

sua eternidade.

Sim, rio é uma palavra mágica para conjugar eternidade.

                                                            ( Guimarães Rosa)

 

 Conto “ A terceira margem do Rio”, de Guimarães Rosa

 

 Texto completo no site:

http://www.releituras.com/guimarosa_margem.asp

 

Narrativa integrante de Primeiras Estórias, publicado em 1962.

 

Análise do Conto: 1º. passo

Aplicando a Semiótica de Julien A. Greimas: leitura nos três níveis, discursivo, narrativo e profundo. O conto narra a história de um homem que repentinamente manda construir uma canoa, passando a habitar a terceira margem do rio, abandonando a família. Esta não consegue entender. E sentem-se rejeitados. Começam a levar alimentos para o pai na esperança que este um dia volte para casa. Um homem “cumpridor, ordeiro e positivo”, desde sempre integrado ao pequeno mundo de um vilarejo interiorano, subitamente, e sem nenhuma explicação, resolve abandonar tudo para viver numa canoa, num eterno movimento de ir e vir rio acima, rio abaixo. É narrado pelo filho, em monólogo, que não aceita a atitude do pai, pois este parecia ser um homem normal e ordeiro como o próprio texto diz: 

Nosso pai era homem cumpridor, ordeiro, positivo; e sido assim desde mocinho e menino, pelo que testemunharam as diversas sensatas pessoas, quando indaguei a informação. Do que eu mesmo me alembro, ele não figurava mais estúrdio nem mais triste do que os outros conhecidos nossos.

 

Pode-se perceber uma preocupação do enunciador ao referir-se ao pai como normal, comparado-o com os outros homens do vilarejo. Mas depois da atitude do pai em ir para o rio e isolar-se em uma canoa, passa a retratá-lo como anormal, pois o senso comum não aceita o diferente.

 

2º. Passo: Análise semiótica:

O programa narrativo de “A terceira margem do rio” restitui ao leitor, por meio da viagem do Pai, a sensação daquela fluência do devaneio, que nos ajuda a fluir no mundo, no bem-estar. Proporciona ao leitor a possibilidade de quebrar padrões e de criar para si um tempo e um espaço oníricos bem especiais, em que o homem, no enfrentamento de sua solidão, pode se tornar “o verdadeiro sujeito do verbo contemplar”.  As próprias palavras iniciais do conto (“nosso pai”) trazem algo de religioso. No plano do narrador faz-se notar um sentimento de ausência, de perda. Daí, então, um pouco da sensação de vazio e de culpa que assola o narrador

Sou homem de tristes palavras. De que era que eu tinha tanta, tanta culpa? Se o meu pai, sempre fazendo ausência: e o rio-rio-rio, o rio - pondo perpétuo. (p.412)

 

Observe-se que o narrador estabelece uma aproximação  entre os termos solto e solitariamente, associando solidão e liberdade. Dessa forma, começa-se a desvelar o possível motivo que teria levado o pai a buscar o isolamento.

 

(...) Nosso pai nunca se surgia a tomar terra, em ponto nem canto, de dia nem de noite, da forma como cursava no rio, solto solitariamente.

 

Sua  atitude lembra um eremita,  indivíduo que se afasta voluntariamente do convívio dos homens. Sua opção de vida consiste no abolir das regras e modelos que pautam a vida em sociedade, sofrendo um processo de animalização, o que se verifica no conto:

“por todas as semanas, e meses, e os anos - sem fazer conta do se-ir do viver”

 

A partir da atitude radical tomada pelo pai, a família começa a questionar as fronteiras da sanidade, chegando à mesma conclusão expressa por Foucault em sua História da Loucura, segundo a qual todo ser humano possui o seu quinhão de insensatez. Diz o narrador:

 

(...) Sou doido? Não. Na nossa casa, a palavra doido não se falava, nunca mais se falou, os anos todos, não se condenava ninguém de doido. Ninguém é doido. Ou, então, todos. 

 

Ao observarmos os membros da família desse conto, veremos que a vida de todos tomou um rumo, não obstante a partida do Pai: a filha se casou, teve menino, mudou-se para bem longe; o irmão foi para a cidade; a mãe, envelhecida, também resolveu ir morar com a filha. Só o Filho ficou, vivendo em um estado a que chamaremos de “semi-estado de contemplação”, porque, ainda que se dedicasse a alimentar materialmente o Pai, os seus dias se limitavam a esperar e a lembrar.

É como se ele já soubesse o que os outros não viam, e dessa “premonição” do papel que a ele, filho, deveria caber ( o de substituir, um dia, o pai), decorre a sensação de culpa, uma culpa antecipada pelo vislumbre do porvir e da incapacidade de estar à sua altura. Daí, então, o desejo do narrador ser um dia, ele mesmo, colocado numa canoa para vivenciar, já não mais através do pai, mas diretamente, a experiência do eterno:

(...) e, eu, rio abaixo, rio afora, rio adentro - o rio. 

 

Na fase da sanção, a narrativa pode pôr em ação um jogo de máscaras: segredos que devem ser desvelados, mentiras que precisam ser reveladas, etc, alerta Fiorin. (p.24).

É o que acontece no final quando se desfaz o mistério o pai quer que o filho tome o seu lugar... Aquele que poderia continuar o projeto do pai fracassa por duas vezes em virtude de sua covardia. Na primeira, no momento da partida do pai, quando este faz menção de levá-lo consigo, mas desiste quando percebe o seu medo e, já adulto, quando propõe a substituição, mas foge ao combinado.

 

Após confessar sua pequenez, o narrador pede que, na sua morte, seu corpo seja colocado numa canoa para vagar rio afora. Curiosamente, apesar de escolher o mesmo destino do pai, o filho mais uma vez se isenta de ser agente desse destino, pois pede para ser colocado, numa postura passiva. Teme ficar às margens, pois sabe que isso representa a exclusão social.

“A terceira margem do rio” restitui ao leitor, por meio da viagem do Pai, a sensação daquela fluência do devaneio, apontada em “A poética do devaneio”, de Bachelard  que nos ajuda a fluir no mundo, no bem-estar de um mundo. Proporciona ao leitor a possibilidade de quebrar padrões e de criar para si um tempo e um espaço oníricos bem especiais, em que o homem, no enfrentamento de sua solidão, pode se tornar “o verdadeiro sujeito do verbo contemplar, a primeira testemunha do poder da contemplação”.

O sujeito do saber (pai) e do poder tentou manipular o filho para uma performance. O filho manteve suas idéias pelo medo e resistiu, manteve uma atitude esperada pelo que a sociedade permite. Não conseguiu conviver aos moldes do pai e seu fazer. A manipulação do pai esbarra na competência do dever-saber-poder-fazer do filho.

As oposições fundamentais desse conto são:

Regras sociais    X       Quebra de padrões

Liberdade             X          privação da liberdade

Realidade             X          Devaneio

Lugar Comum    X       Contestação

Loucura               X          Normalidade

 

Referências: 

GUIMARÃES ROSA, João. A terceira margem do rio. In: Primeiras Estórias. In: Ficção Completa. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1994, Vol. II. p. 409-413.

BACHELARD, G., A poética do devaneio. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 165-166.

Soares,Alves Tatiana.A Terceira Margem do Rio: Um Navegar de Exclusão. ( UFRJ)  Texto completo em         

http://www.filologia.org.br/anais/anais%20iv/civ07_8.htm     acessado em 11/11/2007

 

Objetivos a alcançar:

  • Ampliar conceitos de leitura, texto e discurso, aprofundando algumas teorias;

  • Trabalhar, à luz da semiótica, elementos presentes no texto;

  • Orientar os professores quanto ao planejamento e elaboração de metodologias de leitura e análise textual;

  • Refletir sobre a função da literatura na formação geral da pessoa;

  • Desenvolver a capacidade de reflexão crítica sobre o texto literário através da prática do comentário e da análise realizada em grupo e individualmente; 

  • Proporcionar a perspectiva do objeto literário tanto no contexto da literatura como na   relação desta com  as outras artes; 

  • Sugerir atividades para a sala de aula;

  • Viabilizar a compreensão de que a metodologia que está sendo feita atualmente no ensino de literatura não está sendo eficaz;

  • Disponibilizar o conceito de semiótica na análise do texto literário, refletir sobre sua aplicação;

  • Reconhecer as diferentes vozes e discursos veiculados  no texto;

  • Fornecer apoio teórico e metodológico para a abordagem de obras segundo a semiótica e a teoria rizomática;

  • Analisar textos de livros didáticos com objetivo de trabalhar na visão semiótica e rizomática.

  • Fornecer uma bibliografia sobre  o curso em questão

     

Recurso utilizado: Texto xerocado ou transparência. 

Método Utilizado: Análise Semiótica e rizomática expositiva.

Alunos:  Terceira série do ensino médio

 

Avaliação 

Avaliação formativa pela observação durante a leitura e explanação da análise do texto com o objetivo da humanização, principal função da Literatura e mudança de atitude, isto é, atingir o terceiro passo da leitura o fazer-fazer.

 


                                 Imagens 

 

Imagem para ser trabalhada em perspectiva rizomática relacionada com poema "O Bicho", de Manuel Bandeira.

 Análise  semiótica da  imagem

 

Imagem para ser trabalhada em perpectiva rizomática relacionada com o conto "A Terceira Margem do Rio".

 

 

 www.abcgallery.com/V/vangogh/vangogh81.JPG     acessado em 01/12/2007

 The Original Picture

Location: Art Institute Of Chicago, IL, USA

Size: 58 x 49 cms / 22.8 x 19.3 inches

Photo Credit: bridgemanart.com

Medium: Oil On Canvas

Art Style: Post-Impressionism

Year: 1887

 

 Análise Roteiro:

1- Observar.

2-Compreender.

3- Construir.

1- Trata-se de entrar na obra e fazer uma leitura clássica.

1- Descrever o que se vê,  nos diferentes planos( 1o. plano, 2o. plano e plano de fundo).

2- Assinalar os elementos significativos ( temas, personagens, ambiente, local).

3-Exprimir-se em consonância com a obra representada ( isto faz-me pensar em...) ou ( isto  recorda-me...).

4- Leitura mais detalhada, cores/forma/ textura.

COMPREENDER

1- Estabelecer relações com textos literários, poéticos, históricos, documentários.

2- Estabelecer relações com outras produções plásticas, de época ou de cultura diferentes.

3- CONSTRUIR ( Se o professor quiser).

 

 


 

                                 RECURSO DE INFORMAÇÃO

 

 Sugestão de Leitura

 

   Categoria: livro

    Sobrenome: Luz Pessoa de Barros

    Nome: Diana

    Título do livro: Teoria Semiótica do Texto

Comentários:

A autora procura, neste livro, apresentar de forma sucinta, clara e simples os fundamentos da teoria semiótica, valendo-se de farta exemplificação.

Esta obra  apresenta a leitura semiótica de textos diversos com o objetivo de construir-lhes os sentidos pelo exame minucioso dos procedimentos utilizados, mas também  tem por finalidade recuperar, na trama da intertextualidade, as intenções sociais que, por meio do discurso, se estabelecem entre os sujeitos.

 

 

 

 

Categoria: Livro

Sobrenome: Fiorin e Platão

Nome do livro: Para Entender o Texto: Leitura e Redação

Edição: !990

Local da Publicação: São Paulo

Editora: Ática

FIORIN, J. L. & PLATÃO

Comentários:

Esta obra  é a resposta concreta ao desafio de ensinar o aluno a entender e a produzir textos. A forma como está estruturado, cuidadosamente pensada, permite ao aluno desenvolver a capacidade de ler com eficácia qualquer tipo de texto percebendo seus múltiplos  significados, nuances e intenções, e ajuda-o a produzir textos com desenvoltura.

 

 

 

 

 

 

 Categoria: Livro

Sobrenome: Gallo

Nome do autor: Silvio

Nome do livro: "Deleuze & Educação”

Edição: 4a.

Local da publicação: Belo Horizonte

Editora: Autêntica

Comentários:

Nesta obra Gallo nos apresenta os princípios que regem os rizomas: da conexão, da heterogeneidade, de multiplicidade, de ruptura assiginificante, de cartografia e de decalcomania.

Mergulha pelo rizoma percorre  currículos corredores, contraponto à imagem da estrutura arbórea que ois escritores franceses identificam como a metáfora da produção do conhecimento.

 


                                                          

                                             Destaques

 

1- A Universidade Estadual de Londrina  ( UEL) é  destaque por ser uma das únicas a oferecer a disciplina de  Literatura Afro na graduação, conforma estabelece a lei  No 10.639, DE 9 DE JANEIRO DE 2003.

 

2- Estratégias Argumentativas do Enunciador para Persuadir o Enunciatário: Análise de um Discurso Ligado ao MST

Uma  análise semiótica da embalagem de leite "Terra Viva", realizada pelo Professor Dr.Luiz Carlos Migliozzi Ferreira de Melo.Professor da Universidade Estadual de Londrina.Para acessar o artigo clique em:

http://www.filologia.org.br/ixfelin/trabalhos/pdf/36.pdf acessado em 07/11/2007

 


                                             PARANÁ

Professor emérito da Unicamp elogia o Livro Didático Público do Paraná

 

 

“Vejo a iniciativa do Livro Didático Público, desenvolvida pelo Governo do Paraná, como uma ação positiva em favor da melhoria da educação pública”. A declaração é do educador Dermeval Saviani, professor emérito da Universidade de Campinas (Unicamp), um dos mais importantes pensadores da educação do país e teórico da Pedagogia Histórica-Crítica. “O Estado não pode abdicar das suas responsabilidades e políticas públicas de educação são fundamentais. É importante que políticas como a do livro didático público sejam uma política de Estado, permanente e continuada”, diz.

 

 

O professor Saviani lembra que na prática o livro didático é o grande pedagogo no país. “Foi numa entrevista que fiz para a revista Leia Livros, em 1984, que chamei os livros didáticos de os grandes pedagogos, pois são eles que acabam pautando a ação dos professores dentro da sala de aula. O acesso ao conhecimento deve ser sistematizado e graduado e o livro didático é fundamental nesse processo”, afirma Saviani. “Mas só o livro não adianta. É preciso políticas e ações que melhorem a formação dos professores e melhorem suas condições de trabalho”, completa.

 

 

 

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/modules/noticias/article.php?storyid=132

Dia-a-dia Educação - Professor emérito da Unicamp elogia o Livro Didático Público do Paraná - SEED - Notícias


 

                                                             Notícias

                                                                       23 de novembro de 2007

Balanço Geral da décima edição do Exame Nacional do Ensino Médio está disponível para consulta

 

Os participantes do Enem 2007 obtiveram médias de desempenho iguais a 51,52 na parte objetiva da prova e 55,99na redação, numa escala que vai de 0 a 100. Cerca de 2,7 milhões (2.738.610) compareceram ao exame no dia 26 de agosto deste ano.

Veja as tabelas com os dados do Enem 2007 (Arquivo formato Excel):

Assessoria de Imprensa do Inep

 

                                                                                              23  de novembro de 2007 

 

Enquete do Enem revela o que os internautas mais gostam de ler

 

A enquete mais recente do sítio web do Enem, iniciada em 04 outubro e terminada em 07 de novembro, levantou, junto aos usuários, o que o internauta mais gosta de ler, além dos livros didáticos solicitados em sala-de-aula. Em primeiro lugar, com 27,4% das preferências, ficou a opção “Leitura de revistas de informação geral”. Como segunda opção, 26,5% informaram que preferem ler romances ou livros de ficção. A leitura de jornais diários ficou em terceiro lugar, com 22,6% dos cliques e foi seguida de “Revistas de divulgação científica”, com 9,6% dos votos. As duas últimas escolhas foram “Outras publicações”, com 9,2% e “Revista de humor/quadrinhos”, com e 4,6%. A enquete contou com 10.381 votos.

Diversos estudos comprovam que a leitura está diretamente relacionada à aquisição de conhecimentos e ao desenvolvimento do indivúdio. Além de trazer oportunidades de crescimento intelectual e cultural, a leitura facilita a compreensão do contexto mundial e interfere, diretamente, no nível de consciência e aprendizado de cada um. Este é um dos motivos pelos quais a redação do Enem e o próprio exame em si baseia-se em diferentes textos e linguagens que tratam de temas atuais. Assim, adquirir conhecimento por meio da leitura ajuda, e muito, no momento da prova.

Assessoria de Imprensa do Inep.

 

http://www.inep.gov.br/imprensa/noticias/enem/news07_26.htm 

 

 

Colégio particular de Umuarama teve a maior média do Paraná
Umuarama

Cleverson E. Zanquetti

 

O resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) apontou o Curso e Colégio Alfa de Umuarama como a melhor instituição de ensino particular do Paraná.

 

O título foi retificado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), que demonstrou o colégio local à frente de grandes grupos educacionais do Estado, tais como: Positivo, Marista e Sistema Bom Jesus, de Curitiba.

 

Entre os colégios públicos, os estudantes do nível médio da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Cefet) tiveram a maior nota estadual. Além de Curitiba, os Cefets de Campo Mourão, Ponta Grossa, Cornélio Procópio e Medianeira também se destacaram. A escola pública de Umuarama com a maior nota foi o Colégio Estadual Pedro II.

 

As notas acenaram com um novo mapa da educação no Estado. Se há uma década os colégios da capital e dos grandes centros urbanos eram mais procurados, por causa da qualidade, hoje a realidade é outra. "Essa mudança deve-se a uma soma de fatores. No nosso caso, a competência do corpo docente, aliada aos recursos físicos, pedagógicos e, principalmente, o comprometimento de nossos alunos formaram a combinação perfeita para o desempenho demonstrado pelo MEC, através do Enem", observa o coordenador do Terceirão e do Curso Pré-vestibular do Alfa, Pedro Márcio T. Rodrigues.

 

Rodrigues salienta que o primeiro lugar no ranking do MEC contempla um trabalho de décadas e eleva o nome de Umuarama no cenário estadual. "Nossa cidade é um pólo educacional tanto no nível superior quanto no médio. Recebemos estudantes de 32 municípios da Amerios, além do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e todos os anos registramos aprovações nas mais concorridas universidades do país. O resultado do Enem é mais uma prova de que nosso trabalho está produzindo frutos", orgulhou-se.

 

CLASSIFICAÇÃO ENEM 2006

Divulgado em 07-02-2007

 

Instituições Particulares Cidade Média

1º Colégio Alfa Umuarama 67,27

2º Colégio Marista Londrina 66,62

3º Colégio Bom Jesus Curitiba 64,04

4º Colégio Ateneu Londrina 63,47

5º Universitário Londrina 62,99

 

Instituições Públicas Cidade Média

1º UTFPR Curitiba 69,15

2º UTFPR Campo Mourão 63,66

3º UTFPR Ponta Grossa 63,19

4º UTFPR Cornélio Procópio 59,62

5º UTFPR Medianeira 59,33

 

Colégios Públicos de Umuarama Média

Colégio Pedro II 43,94

 

Fonte: www.inep.gov.br    

[Umuarama Ilustrado]
 
 
 
EDUCAÇÃO - VESTIBULAR | ENEM 23/11/2007 - 12h20, atualizado em 23/11/2007 às 12h39

Paraná fica em 8.º em ranking de notas, mas é o pior da Região Sul

Média do estado foi 54,90 pontos, de cem possíveis. Resultado nacional na prova objetiva foi o maior em cinco anos

por GAZETA DO POVO ONLINE/G1/GLOBO.COM

   
 
O Paraná ficou em 8.º lugar no ranking das maiores notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2007, com média de 54,9 pontos de cem possíveis, considerando a prova objetiva e a redação. A Região Sul teve os melhores índices nacionais. O Paraná, contudo, ficou atrás do Rio Grande do Sul (1º) e Santa Catarina (4º). Os dados foram divulgados na noite desta quinta-feira (22) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação (MEC).

 

Na prova objetiva, a nota geral paranaense foi de 53,65, o que garantiu a 8.ª posição. O desempenho dos alunos que estudaram somente em escolas públicas foi de 51,71, a 5.º melhor nota do país. Já os que cursaram escolas particulares tiveram média de 69,89, o que garante a 4.ª colocação. Já na dissertação, a média foi 55,99, o que deixa o Paraná em 9.º lugar nesse quesito. Os alunos da rede pública ficaram no 8.º lugar nacional, também com 51,71. Nas particulares, a nota foi de 60,84 (17.º).

 

 

 

 

 http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/educacao/conteudo.phtml?tl=1&id=715706&tit=Parana-fica-em-8-em-ranking-de-notas-mas-e-o-pior-da-Regiao-Sul

 

 

09/11/2007

Pesquisa retrata visão dos professores sobre a educação

 

Com o objetivo de avaliar como o professor brasileiro se relaciona com o trabalho, os alunos e a escola (e de que forma eles enxergam o futuro da Educação), a Fundação Victor Civita realizou, por meio do Ibope, uma pesquisa quantitativa com 500 educadores da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio da rede pública das principais capitais brasileiras. Além de traçar um perfil do professor brasileiro, a pesquisa apontou os principais motivos de insatisfação, as dificuldades encontradas em sala de aula e as perspectivas para o futuro da profissão e da Educação no País.

Na opinião dos educadores, o estímulo da família e a postura do estudante são os maiores influenciadores na qualidade do ensino brasileiro, ficando à frente, inclusive, do governo. Para 26% dos entrevistados, o professor é o principal responsável pela qualidade da Educação. A família ocupa o segundo lugar no ranking, com 20% das indicações, e os alunos aparecem em terceiro lugar, com 18%. O governo está em quinto lugar e é citado somente por 12% dos entrevistados.

Quando questionados sobre os principais problemas encontrados em sala de aula, 46% responderam que a falta de disciplina é o maior deles e 34%, que isso é culpa da ausência de motivação dos alunos. Para 31%, a pouca participação dos pais é a maior dificuldade. As carências de infra-estrutura aparecem em 5º lugar, com 18%. A violência e o comércio de drogas também foram mencionadas, mas só no final do ranking, respectivamente com 9% e 5% das citações.

A instabilidade financeira é um dos principais fatores que levam ao descontentamento da categoria. Apenas 32% dos professores afirmam tê-la conquistado, enquanto 90% consideram essa condição fundamental para ter qualidade de vida. Segundo David Saad, diretor-executivo da Fundação Victor Civita, a má qualidade da Educação brasileira e a insatisfação do professor não estão relacionadas apenas à baixa remuneração. "Além do salário, as condições de trabalho também precisam melhorar. Porém, o professor tem de entender sua responsabilidade no processo de aprendizagem dos alunos".

A maioria dos entrevistados (90%) afirma ter boa didática de ensino e 64% consideram sua formação inicial excelente ou muito boa. Mais de 70% dos educadores estudaram em escola pública até ingressar na faculdade, enquanto 40% cursaram ensino superior em instituição pública. Ainda segundo a pesquisa, 48% acreditam que os programas de formação continuada interferem positivamente no ensino e 80% dizem já ter participado de cursos desse tipo. Porém, nem por isso eles se sentem mais preparados para a rotina escolar: 49% reconhecem que não estão prontos para enfrentar a realidade da sala de aula.

Hoje, só 1% acredita que a qualidade da Educação brasileira é excelente e 23% a classificam como ruim ou péssima. Para os próximos 10 anos, mudanças positivas são esperadas para 57% dos professores entrevistados. O que vai mudar? Segundo a pesquisa, haverá investimentos em cursos de capacitação, melhores salários, escolas com melhor infra-estrutura, maior participação da família, maior participação do governo e maior acesso às escolas. Mudanças negativas são esperadas por 38% dos entrevistados, que apontam como razões a degradação do ensino público, a piora na qualidade do ensino, a desvalorização dos professores e a diminuição de verbas públicas para a Educação.

O dia-a-dia do professor

* Em média, o professor da rede pública gasta 59 horas por semana em atividades relacionadas ao trabalho. Deste total, praticamente 50% correspondem a horas em sala de aula.

* Diariamente, cerca de 3 horas são gastas para ir de casa à escola ou em deslocamentos entre as escolas onde lecionam.

* 36% dos professores têm mais de 300 alunos no total de suas turmas, o que significa que cada professor pode dispensar, em média, 13 minutos por semana ou 3 minutos por dia para cada aluno.

* 25% dos professores têm turmas com mais de 40 alunos.

* Para 64% dos professores, o número ideal de alunos por sala é entre 21 e 30.

* Em média, um professor dá aula para sete turmas e possui 266 alunos.

Sobre a profissão

* 21% estão totalmente satisfeitos com a profissão.

* 37% estão satisfeitos em relação à estabilidade e à flexibilidade no planejamento das aulas.

* 21% estão satisfeitos com o fato de trabalharem na rede pública.

* 34% estão insatisfeitos com os benefícios e 29% com a remuneração.

* O amor à profissão é a principal motivação para 53% dos professores.

* 83% da amostra avaliam o ofício de professor como extremamente importante para a sociedade.

* Para um terço dos professores, a profissão não é valorizada pela sociedade.

Outros dados

* De acordo com 74% dos professores, os materiais fornecidos pelo governo não chegam na hora certa.

* 41% dos professores partilham princípios religiosos em sala de aula, sendo que 53% declaram-se católicos, 16% evangélicos e 12% espíritas.

* 26% declararam que seus alunos não sabem ler/escrever.

* Quase um quarto dos professores diz que a escola está fazendo o papel da família.

* 74% dos professores são contra a progressão continuada.

(Com informações são da FBS Comunicações)

Redação Bonde
Londrina


http://www.bonde.com.br/bondenews/bondenewsd.php?id=351&dt=20071109

acessado em 03/12/2007

      

 

Comments (0)

You don't have permission to comment on this page.